Por Daniel Alvarenga e Axel Bugge
LISBOA (Reuters) - O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, foi eleito no domingo para um segundo mandato, prometendo trabalhar pela estabilidade política num momento em que o governo luta para evitar um resgate financeiro internacional.
Cavaco Silva recebeu cerca de 55 por cento dos votos, contra 19 por cento do socialista Manuel Alegre, seu principal rival. O presidente é do Partido Social Democrata (centro-direita), que faz oposição ao Partido Socialista, do primeiro-ministro José Sócrates.
Apesar disso, a reeleição dele foi vista como um estímulo aos esforços do governo para superar a crise no país, já que o presidente tem apoiado enfaticamente as medidas de Sócrates para a redução do déficit público por meio de medidas de austeridade.
"Serei uma referência de confiança, estabilidade e solidariedade, sem abdicar dos poderes que a Constituição me dá", disse Cavaco Silva a apoiadores após a votação. Ex-professor de Economia, Cavaco Silva foi primeiro-ministro de 1985 a 1995.
Sócrates disse que "os portugueses votaram pela não-mudança, pela continuidade, pela estabilidade política", e prometeu que seu governo se empenhará em manter a "cooperação institucional".
Em Portugal, o presidente tem poderes em grande parte protocolares, embora possua autoridade para demitir o primeiro-ministro e dissolver o Parlamento.
Caso Portugal siga o exemplo de Grécia e Irlanda, que precisaram pedir socorro financeiro à União Europeia e ao FMI, Cavaco seria pressionado por seu partido a aceitar o resgate.
"Este é um momento de crise, com um governo minoritário, em que a estabilidade é valorizada pelos eleitores", disse o socialista Antonio Vitorino, ex-comissário (ministro) da União Europeia. "O presidente precisa ser um farol de estabilidade."
O drama econômico foi um grande tema da campanha em Portugal, mas a eleição despertou poucas paixões entre seus 10,5 milhões de habitantes, e o comparecimento às urnas ficou em cerca de 50 por cento.
Muitos portugueses se sentem frustrados com as reduções de salários, elevações de impostos e crescimento do desemprego. "Nada vai mudar", disse o advogado Miguel Vila de Brito, 47 anos, antes de votar. "Haverá esperança quando ocorrerem novas eleições gerais."
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