Brasília - Programa da Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvido por meio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Empretec avança mundo afora. É promovido em 32 países, com pedido de outros 27 que têm interesse em aplicar a metodologia. O Sebrae é responsável pela metodologia no Brasil e reúne 154 mil dos 180 mil empresários capacitados no mundo. A instituição brasileira tem maior escala, alcance e se transformou num laboratório de inovação. É o que afirma a chefe da Divisão de Empreendedorismo da Unctad, Fiorina Mugione, que esteve recentemente no Brasil.
Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias (ASN), Fiorina Mugione fala sobre a importância do programa no País e no exterior.
Agência Sebrae de Notícias - Como a rede do Empretec opera?
Fiorina Mugione - O Empretec utiliza uma metodologia que identifica e busca desenvolver o comportamento empreendedor e a competência empresarial nos participantes dos seminários. A partir dessa metodologia, a Unctad criou os centros Empretec, que operam em 32 países. Esses centros trabalham com as instituições locais na melhoria do ambiente de negócios, criando oportunidades de crescimento empresarial dentro e fora do país. Atualmente, desenvolvemos instrumentos presenciais e virtuais para troca de experiências e negócios entre os empresários que integram o mundo Empretec.
- Há ações para alcançar mais países?
ASN
FM - Desenvolvemos os centros a partir de demanda dos governos de cada país. Temos solicitações de mais 27 países. Estamos trabalhando em uma estratégia para poder atender a essas solicitações, para transferência da metodologia, e trabalhando com instituições locais. Mas é uma meta para um período entre cinco e dez anos.
ASN - Como o Sebrae pode ajudar para ampliar essa atuação?
FM - O Sebrae é o maior centro Empretec do mundo. Trabalha em todos os estados e tem o maior número de capacitadores. Com frequência, a Unctad trabalha com instrutores do Brasil para instalar a metodologia em outros países. O Sebrae também nos ajuda a capacitar instrutores e a melhorar a sustentabilidade dos centros e com a organização de eventos internacionais como o que ocorreu em novembro do ano passado, no Rio de Janeiro. É um sócio muito especial para instalação dos novos centros e na constituição da rede de empresários mundialmente.
ASN - Qual a importância do Empretec no mundo?
FM - Até agora treinamos mais de 180 mil empresários. Mas a importância não está só na quantidade. Também está na qualidade da ação desses empresários, na capacidade de obterem êxito. Eles têm podido crescer beneficiando-se da capacitação e de serviços adicionais que oferecemos com os centros e que se transformaram em espaços de excelência para introduzir novo modelo de negócios, temas de responsabilidade social e de negócios sustentáveis. Todas as avaliações de impacto que temos desenvolvido nos demonstram isso.
ASN - Quais os resultados desses impactos?
- Em cada país, 18 meses depois da capacitação, se avaliam os resultados e, como oferecemos serviços adicionais, monitoramos as empresas capacitadas para ver as melhorias. No Brasil, o índice de mortalidade das empresas que participam do Empretec é bem menor do que naquelas que não participam. No Chile, 80% das empresas capacitadas se tornaram exportadoras.
FM
ASN - E quanto aos lucros?
FM - As empresas não só têm aumento nos lucros como passam a contribuir mais com a arrecadação tributária. Isso demonstra que elas contribuem com a sociedade, com o crescimento do país.
ASN - A Unctad reforçou ação voltada para as mulheres que participam do seminário. Quais os impactos nessas empresas?
- A Unctad criou, em 2008, um prêmio para a mulher empresária mais exitosa. Estamos na segunda edição e temos exemplos muito importantes de êxito. No Brasil, a finalista deste ano é a empresária Vanessa de Figueiredo, dona da Kapeh, que produz cosméticos a partir de café orgânico. É um negócio sustentável e que passou a exportar para vários países como Nigéria e Estados Unidos. Isso demonstra que a capacitação foi importante.
FM
ASN - A atuação do Empretec depende da necessidade local?
FM - Nosso programa se adapta e responde às necessidades de cada país. Na Guatemala e no Panamá nos dedicamos ao treinamento de empresários. Focamos no desafio da pobreza, de como oferecer soluções a uma população que está vivendo seu empreendimento como necessidade e não como oportunidade. Estamos mais empenhados em fortalecer esse crescimento de subsistência, o que não é o caso de outros países.
ASN - Qual é a importância do Empretec no desenvolvimento do espírito empreendedor do participante?
FM - Esse é o coração da metodologia: transmitir ao empresário a importância de ele desenvolver esse comportamento. Antes de avaliarmos sua empresa e sua sustentabilidade, trabalhamos com o empreendedor. O desenvolvimento das capacidades pessoais permite que a empresa cresça.
ASN - Como a senhora avalia o desempenho do Brasil na aplicação do Empretec?
FM - O Brasil tem o centro Empretec estrela. É um laboratório de inovação porque os novos produtos que estudamos, introduzimos primeiro no Brasil para testar e replicar em outros países. Então é o centro mais inovador. É o que tem mais recursos humanos qualificados, maior escala e alcance. Dos 180 mil empresários capacitados, 154 mil são do Brasil. Isso dá uma noção desse trabalho.
ASN - Porque no Brasil há resultados tão bons?
FM - A qualidade dos recursos humanos e a aliança com o Sebrae, que é uma instituição muito sólida, que oferece um serviço completo para o desenvolvimento do empreendedorismo e para as micro e pequenas empresas, nos tem permitido crescer no Brasil de maneira muito forte, sólida e inovadora.
Saiba mais sobre o Empretec neste link .
Serviço:
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Autor: Dilma Tavares
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